Doenças de final de ciclo da soja: como identificar e preveni-las?
As doenças de final de ciclo da soja são um grande obstáculo para a cultura que é uma das principais commodities brasileiras.
Atualmente, o Brasil ostenta o primeiro lugar na produção mundial e o desafio de ter tamanha produção também está associado com o controle das doenças que acometem a cultura.
Entenda mais detalhes sobre o tema a partir deste artigo, produzido pelos especialistas Carlos Eduardo da Silva Oliveira, Jorge González Aguilera e Cristiano Moreira, do curso de Agronomia da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul.
Entre os tópicos trazidos, estão os principais tipos, sintomas, dicas de como diferenciar doenças de deficiências nutricionais ou estresse hídrico e outros detalhes.
Confira.
Principais doenças de final de ciclo da soja
As principais doenças de final de ciclo da soja que afetam a produtividade incluem a mancha-parda, o crestamento foliar, a mancha-alvo, a ferrugem asiática e o oídio.
A identificação dessas doenças pode ser feita por meio de sintomas nas folhas e vagens. O controle de mancha-parda, por exemplo, pode ser realizado com aplicação de fungicidas no folíolo, sendo mais eficaz quando aplicado nos estádios R5 resultando em aumento da produtividade.
Características como ciclo de desenvolvimento curto e plantas baixas podem auxiliar no manejo das doenças de final de ciclo da soja. A severidade dessas doenças e seu impacto na produtividade podem variar de acordo com as condições climáticas e a época de semeadura.
Identificação das principais doenças de final de ciclo da soja
A mancha parda causada por Septoria glycines e mancha púrpura da semente e crestamento foliar causados por Cercospora kikuchii, sob condições de ambiente favoráveis, podem causar redução de rendimento em mais de 20%.
Ocorrem concomitantemente, o que dificulta o correto diagnóstico, razão que as caracterizam como “complexo de doenças de final de ciclo” (Embrapa Soja, 2013).
Abaixo destacamos mais detalhes sobre essas doenças, bem como da mancha-alvo, do oídio e da antracnose:
1. Mancha-parda (Septoria glycines)
Epidemias de mancha-parda são favorecidas por condições de alta umidade e temperaturas moderadas. A doença pode causar desfolha precoce em cultivares suscetíveis, reduzindo a área foliar necessária para o enchimento de grãos. Em casos severos, o impacto na produtividade pode ser significativo.
• Sintomas: Pequenas manchas marrons nas folhas, que se tornam maiores e podem coalescer, formando áreas necrosadas.
• Identificação: A doença começa nas folhas inferiores e progride para as superiores, com sintomas mais evidentes nas fases de enchimento de grãos.
• Impacto: Causa a desfolha precoce, afetando diretamente a capacidade da planta de produzir e encher os grãos, prejudicando a produtividade da cultura.
2. Crestamento foliar (Cercospora kikuchii)
A doença ocorre com maior intensidade em regiões quentes e úmidas, causando lesões necróticas nas folhas, pecíolos e vagens. Além da redução na área fotossintética, pode afetar diretamente a qualidade das sementes, devido à sua associação com a mancha roxa.
• Sintomas: As folhas apresentam manchas avermelhadas ou arroxeadas, com lesões que podem causar rápida queima das bordas (crestamento).
• Identificação: Manchas se tornam mais visíveis nas folhas senescentes.
• Impacto: Ocorre desfolha, afetando a fotossíntese e o enchimento de grãos, prejudicando a produtividade da cultura.
3. Mancha-alvo (Corynespora cassiicola)
Epidemias severas foram observadas desde regiões mais frias no Sul às Chapadas dos Cerrados. Cultivares suscetíveis podem perder totalmente as folhas de maneira precoce. Ocorre também apodrecimento da vagem e mancha na haste (Embrapa Soja, 2013).
• Sintomas: Aparecem manchas circulares e de bordas mais escuras com centro cinza, que se expandem formando lesões concêntricas, parecidas com um alvo. Ocorrem severas infecções em folhas, vagens e hastes. Em áreas de semeadura direta, o fungo Corynespora cassiicola causa podridão de raiz.
• Identificação: As lesões se espalham rapidamente nas folhas mais baixas e gradualmente sobem para as superiores.
• Impacto: Afeta a fotossíntese da planta, levando à queda precoce das folhas, o que reduz o enchimento dos grãos, prejudicando a produtividade da cultura. Quando ocorre infecção na vagem, o fungo atinge a semente, o que contribui para sua disseminação. A infecção nas vagens provoca o apodrecimento dos grãos ainda verdes.
4. Oídio (Microsphaera diffusa)
O fungo Microsphaera diffusa, que causa a doença chamada de oídio, apresenta alta incidência em diversas cultivares em todas as regiões produtoras, como no Cerrado. As perdas de rendimento são de até 40% (Embrapa Soja, 2013). É um parasita obrigatório que se desenvolve em todas as partes verdes da soja, como folhas, hastes, pecíolos e vagens.
• Sintomas: O sintoma é expresso pela presença do fungo nas partes atacadas e por uma cobertura de micélio e conídios (pó branco ou cinza sobre as folhas). Queda precoce das folhas com aspecto de dessecação por herbicida, com coloração castanho-acinzentada a bronzeada. Na haste ocorre engrossamento e rachaduras.
• Impacto: Reduz a capacidade fotossintética da planta e pode causar a desfolha precoce.
• Identificação: A camada de pó branco nas folhas é a principal característica e os sintomas se tornam mais graves em períodos de seca.
5. Antracnose (Colletotrichum truncatum)
A antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum truncatum, é uma doença importante que afeta a cultura da soja e é um dos principais problemas do Cerrado. Ela pode se expandir pelos principais órgãos das plantas, levando à desfolha e ao abortamento de vagens, o que compromete a produção. Essas condições resultam em perdas de rendimento e qualidade dos grãos, ao afetar a viabilidade das sementes e a saúde das plantas em ciclos futuros, principalmente em sementes oriundas de colheitas tardias (Saraiva et al., 2019).
• Sintomas: Lesões escuras que podem aparecer nas vagens, hastes e folhas. Em estágios avançados, pode haver morte dos tecidos e quebra das hastes.
• Identificação: As lesões nas vagens e hastes são os principais sinais, além de falhas no enchimento dos grãos.
• Impacto: Afeta diretamente o enchimento dos grãos e pode causar a queda prematura das vagens.
6. Ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi)
A ferrugem asiática, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, é uma das doenças mais devastadoras da soja (Embrapa Soja, 2013), resultando em perdas de até 80% na produção se não for controlada (Reis et al., 2018).
• Sintomas: Manchas amarelas no limbo foliar, que evoluem para pústulas marrom-alaranjadas, onde se concentram os esporos do fungo. Essas lesões podem levar à desfolha precoce da planta, ocorrendo, muitas vezes, antes do completo desenvolvimento dos grãos, comprometendo o desenvolvimento e a produtividade.
• Identificação: Pode ser feita pela observação das manchas características e pela presença das pústulas nas folhas, especialmente nas folhas mais velhas. O diagnóstico pode ser confirmado através de análises laboratoriais.
• Impacto: com perdas diretas na produtividade, a doença pode aumentar os custos de manejo e afetar a qualidade dos grãos, impactando negativamente a economia dos produtores. Em epidemias severas, as plantas são afetadas no início do desenvolvimento (20 dias). O controle envolve a utilização de variedades resistentes, manejo integrado de doenças e fungicidas, destacando a importância da vigilância e manejo proativo na cultura da soja. A utilização de cultivares precoces e o vazio sanitário contribuem para a redução de inóculo e, atrasando o início das epidemias, reduzindo o tempo de exposição da cultura ao patógeno (redução do número de pulverizações de fungicidas).
Doenças de final de ciclo da soja: como diferenciar de deficiência nutricional ou estresse hídrico?
Diferenciar as doenças de final de ciclo da soja de outras questões, como deficiência nutricional ou estresse hídrico, requer observação cuidadosa.
As doenças de final de ciclo da soja podem reduzir significativamente a produtividade. No entanto, a sua severidade pode variar dependendo das condições ambientais, principalmente sob alta umidade e temperatura, que favorece o desenvolvimento dos patógenos nas folhas da soja.
Os sintomas típicos das doenças de final de ciclo da soja são característicos, com a formação de manchas e necroses nos tecidos foliares, podendo variar de tons amarelados a marrons, que se iniciam nas folhas mais velhas e evoluem com o tempo.
Uma forma que auxilia na diferenciação deste tipo de anomalia causado por doenças, quando comparado com uma deficiência nutricional ou estresse hídrico, é que sempre que temos uma doença a distribuição de seus sintomas nos órgãos (folha, caule, vagens etc.) é distribuído de modo aleatório no órgão da planta afetado.
Quando falamos “aleatório” é porque não existe um padrão específico, depende do ponto de infecção no órgão e da própria distribuição do patógeno.
Abaixo, apresentamos mais características específicas do estresse hídrico e da deficiência nutricional.
Estresse hídrico
• Pode ocorrer durante todo o ciclo de crescimento da soja, sendo o período crítico de ocorrência da deficiência observado durante a floração e nos primeiros estágios de enchimento dos grãos.
• Afeta a planta de maneira mais generalizada. As folhas podem murchar, enrolar-se e perder o brilho, mas sem a presença de manchas típicas de doenças.
• O ressecamento ocorre de forma mais difusa e sem padrões específicos, diferente das lesões delimitadas por doenças de final de ciclo.
• O estresse hídrico, dependendo da intensidade, pode ser revertido fornecendo água suficiente para que a planta recupere a turgidez de seus órgãos. Quando a murcha é promovida por doenças, a planta não se recupera quando aplicamos água. Isso ocorre, principalmente, porque a murcha que está se manifestando na planta não é um reflexo da falta de água, mas sim de uma obstrução nos tecidos condutores, em especial do caule, impedindo o fornecimento normal de água e nutrientes na planta.
Deficiência nutricional
Os sintomas de deficiência nutricional podem ser confundidos com sintomas de doenças de final de ciclo da soja. Para diagnosticar o problema com precisão, é crucial considerar fatores como data de plantio, estágio de crescimento, condições climáticas e presença de patógenos específicos, como Septoria glycines, Cercospora kikuchii e Peronospora manshurica.
• A deficiência de nutrientes pode afetar a planta de forma mais uniforme (simetria dos sintomas) ou concentrar-se em folhas novas ou velhas, dependendo do nutriente deficiente.
• A simetria se manifesta quando observamos uma folha com o mesmo sintoma nas duas seções da folha, se usamos como referência a nervura central. Desta forma, vemos que o mesmo sintoma e as mesmas características de distribuição se manifestam de ambos os lados da folha, diferenciando-se claramente de um sintoma de doença, que manifestaria uma distribuição aleatória desses sintomas em ambos os lados da folha a partir da nervura central.
• Os nutrientes com maiores ocorrências de deficiência no campo, principalmente devido ao comportamento do nutriente no solo e na planta, assim como pela exigência dele pelas plantas, são o nitrogênio, potássio e magnésio.
• Os sintomas das deficiências que poderiam ser confundidas com doenças de final de ciclo da soja são:
• Deficiência de Nitrogênio: amarelamento começa nas folhas mais velhas (inferiores).
• Deficiência de Potássio: clorose (amarelamento) nas margens das folhas mais velhas, que evolui para necrose.
• Deficiência de Magnésio: clorose entre as nervuras, principalmente em folhas mais velhas.
Práticas culturais que ajudam a reduzir a incidência de doenças de final de ciclo da soja no campo
• O ajuste da densidade de plantio pode afetar a severidade da doença, já que, com densidades maiores, ocorre a formação de microclima adequado para proliferação das doenças após o fechamento das entrelinhas e antecipar a desfolha da soja.
• A data de plantio pode influenciar a progressão da doença. Devido à ocorrência de maior período chuvoso nos estádios de enchimento de grãos e da maturação deles, o maior molhamento das folhas e vagens neste período aumenta a severidade das doenças de final de ciclo. Então, posicionar a semeadura em períodos que favorecem a baixa precipitação no período de enchimento de grãos e de maturação e posterior colheita é uma medida eficaz no controle de doenças de final de ciclo.
• A aplicação de fungicidas químicos e biológicos, combinados de modo isolado, em diferentes estágios reprodutivos, pode controlar eficazmente os patógenos, principalmente quando aplicado no estágio R5. Essa prática também pode aumentar o rendimento de grãos, sendo os melhores resultados observados quando aplicada nos estádios R5 ou R5,5.
• Optar por cultivares de soja mais resistentes ou tolerantes às doenças de final de ciclo é uma das formas mais eficientes de manejo. Essas variedades foram desenvolvidas para apresentar menor suscetibilidade a patógenos específicos, reduzindo a necessidade de intervenções químicas.
Saiba mais neste post sobre as novas cultivares de soja DONMARIO, desenvolvidas com o que há de mais recente em estudos científicos e tecnologia para garantir resistência às doenças da soja e alta produtividade.
• Os restos de cultura de safras anteriores podem atuar como fonte de inóculo para doenças de final de ciclo. A prática de incorporação dos resíduos de colheita ao solo, via aração ou gradagem, ou decomposição acelerada através de manejo adequado e uso de bactérias decompositoras, pode reduzir a sobrevivência dos patógenos necrotróficos (preferem material vegetal morto para reproduzir-se).
• Alternar a soja com outras culturas não hospedeiras de patógenos da doença de final de ciclo como milho, sorgo ou algodão, ajuda a quebrar o ciclo das doenças, reduzindo a quantidade de inóculo presente no solo.
Erros mais comuns cometidos pelos agricultores ao aplicar fitossanitários
Erros comuns na aplicação de fitossanitários em soja incluem misturas inadequadas em tanque, dosagens incorretas e cobertura desigual da planta. Estudos mostram que 97% dos agricultores realizam misturas em tanque, frequentemente com dois a cinco produtos, muitas vezes usando doses máximas.
A falta de informação sobre misturas adequadas é um problema significativo, muitas vezes negligenciando o pH adequado de cada produto na calda, o que pode promover precipitados não desejáveis que entopem os bicos do pulverizador.
A deposição desigual de produtos é outro erro comum, com maior cobertura no terço superior da planta.
Para evitar esses erros, é crucial usar sementes certificadas que atribuam alta homogeneidade à lavoura, adotar práticas de manejo integrado, favorecendo a mistura de produtos, e considerar fatores como pontas de pulverização, tamanho das gotas e volume de calda para melhorar a eficiência da aplicação de defensivos agrícolas.
Além disso, o manejo adequado de nutrientes, como o boro, pode influenciar a eficácia dos tratamentos fitossanitários e a produtividade da soja.
Fungicidas mais indicados para o controle eficaz das doenças de final de ciclo da soja e quando devem ser aplicados.
Estudos recentes no sudoeste de Goiás avaliaram programas de fungicidas para o controle de doenças da soja, particularmente doenças de final de ciclo da soja e a ferrugem asiática da soja.
Pesquisas indicam que aplicações preventivas durante as fases reprodutivas (R1, R3, R5.1 e R5.3) com intervalos de 14 dias são eficazes. Um programa de sucesso inclui Vessarya, seguido por Elatus+Cypress+Ochima, depois Cronnos+Rumba, por fim aplicação de Aproach Prima+Unizeb Gold+Nimbus.
Outra sequência eficaz envolve OrKestra+Vigora+NutreBoro, seguido por Elatus+Cypress+ÍconMn+Nutre Boro, depois Ativum e por último Cypress+Unizeb Gold.
Estes programas demonstraram maior produtividade de grãos e melhor controle das doenças de final de ciclo da soja e da ferrugem asiática da soja, em comparação com programas de proteção comumente usados.
Impacto das condições climáticas
As condições climáticas influenciam significativamente o desenvolvimento de doenças de final de ciclo da soja. Condições adversas podem levar à baixa severidade de doenças, como a ferrugem asiática e doenças de fim de ciclo.
A incidência e a gravidade das doenças da soja dependem de vários fatores, incluindo clima, cultivares e potencial de inóculo de patógenos. A ocorrência de doenças pode variar entre estações de cultivo e regiões, com as condições climáticas desempenhando um papel crucial na determinação da gravidade.
Ciclos curtos de desenvolvimento e baixa altura das plantas estão associados à redução de danos causados por doenças de final de ciclo da soja. No geral, as condições climáticas são um fator chave no desenvolvimento e gestão dessas doenças.
A rotação de produtos e o uso adequado de fungicidas são estratégias cruciais no manejo integrado de doenças da soja. A rotação com pelo menos três princípios ativos diferentes e indutores de resistência da planta durante o controle de doenças de final de ciclo da soja pode reduzir a incidência de doenças como a podridão-parda da haste e as chances de resistência destas doenças a fungicidas.
A importância do controle químico
O controle químico é frequentemente a medida mais eficaz e economicamente viável para garantir alta produtividade, mas requer condições climáticas favoráveis.
É fundamental a rotação de grupos químicos e ingredientes ativos, além do uso de multissítios para prevenir o desenvolvimento de resistência em patógenos, como Phakopsora pachyrhizi.
A aplicação de fungicidas nos estádios reprodutivos R5 ou R5.5 proporciona melhor controle de Septoria glycines e aumenta a produtividade de grãos. No entanto, a eficácia do controle de doenças e o impacto no rendimento podem variar, dependendo das condições ambientais. Em alguns casos, mesmo a severidade elevada da doença pode não reduzir significativamente o rendimento devido ao manejo adequado do patógeno.
Vale lembrar que o uso contínuo de fungicidas no cultivo da soja pode levar a um aumento da pressão de seleção de fungos fitopatogênicos resistentes, potencialmente aumentando os custos e a contaminação ambiental.
Embora as aplicações de fungicidas possam efetivamente controlar essas doenças e aumentar a produtividade de grãos, especialmente quando aplicadas nos estádios reprodutivos R5 ou R5.5, seu uso excessivo pode acelerar o desenvolvimento de resistência a fungicidas em patógenos como Phakopsora pachyrhizi.
Para mitigar estes riscos, são recomendados:
• Estratégias integradas de gestão de doenças, com alternância de uso de produtos químicos e biológicos;
• Utilização de cultivares resistentes que incorporem novos mecanismos de ação;
• Controle e critérios científicos para determinar o momento das aplicações iniciais de fungicidas, com base no constante monitoramento da cultura e no diagnóstico de doenças, permitindo a identificação de doenças ainda em seus inícios e garantia da quebra do ciclo dela e seu controle efetivo.
Em resumo, o manejo integrado, combinando cultivares resistentes, rotação de culturas e aplicação oportuna de fungicidas é recomendado para um controle eficaz de doenças na soja.