Como escolher o híbrido de milho safrinha ideal para sua lavoura?
O cultivo de milho safrinha vem ganhando cada vez mais notoriedade na agricultura nacional, sendo considerado uma excelente opção de plantio para muitos produtores.
Junto com a soja, o milho ocupa a primeira prateleira das culturas protagonistas do agronegócio brasileiro. E, tradicionalmente, o cereal é cultivado no verão, durante a primeira safra.
Porém, desde o início dos anos 2000, a sua segunda safra, cultivada após a soja, ganhou destaque ainda maior no país, tanto em área plantada quanto em produção. Por ocorrer na primeira safra em época e condições mais propícias ao desenvolvimento do cereal, as expectativas de produtividade naturalmente são maiores. No entanto, isso não significa que elas sejam baixas durante a safrinha.
Cada vez mais, em especial na primeira janela de plantio, cresce a expectativa de altas produções com o milho safrinha. Dessa forma, como em qualquer outra cultura, a produtividade tende a ser o principal fator considerado na hora de escolher o híbrido de milho a ser plantado.
Contudo, existem outros fatores tão importantes quanto, que também precisam ser levados em conta para se obter uma boa rentabilidade do milho safrinha. São eles, sobretudo, a tolerância a pragas e doenças, o ciclo e época de plantio, a arquitetura da planta e o custo-benefício da operação.
Saiba a seguir mais detalhes sobre tais fatores que impactam na performance da sua lavoura de milho safrinha e como escolher o híbrido ideal.
Milho safrinha e a tolerância às pragas
Na cultura do milho, o Manejo Integrado de Pragas (MIP) é um dos principais focos do agricultor, pelo dano que algumas pragas geram à lavoura. Abaixo estão alguns dos principais insetos que podem causar danos ao milho safrinha.
• Cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis): nos últimos anos, a cigarrinha-do-milho vem ganhando os holofotes, especialmente em determinadas regiões do Paraná, Goiás e Mato Grosso. Isso porque o inseto pode transmitir o Complexo de Molicutes e Viroses (CMV).
No milho, as doenças desse complexo são o enfezamento pálido e o enfezamento vermelho, causados por molicutes, e a virose risca, causada por vírus. Essas doenças podem causar danos significativos na produção do cereal, especialmente quando a infecção ocorre em estágios iniciais da planta.
• Percevejos: outro tipo de inseto sugador que leva preocupação às lavouras dos agricultores são os percevejos. “Essa é uma das principais pragas da cultura do milho, até porque não existe biotecnologia para percevejo”, cita Henrique Matheus, coordenador de desenvolvimento de milho da DONMARIO.
Segundo Matheus, o percevejo-barriga-verde (Dichelops spp.) é uma das principais espécies de percevejo do milho. “Existem outras espécies que causam danos relevantes, como o percevejo-marrom (Euschistus heros), mas o barriga-verde é o que mais causa prejuízos, do Rio Grande do Sul ao Cerrado”, conta.
• Mastigadores: eles também devem ser levados em conta, com destaque para as diversas espécies de lagarta que afetam o milho, algumas delas em comum com outras culturas, como a soja.
Conforme Matheus, a lagarta-do-cartucho, também conhecida como Spodoptera frugiperda, se apresenta como a principal lagarta da cultura do milho. Outras, como a lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea) e a lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus), também são ameaças à produtividade da lavoura e, consequentemente, à rentabilidade do agricultor.
Tolerância às doenças
É possível afirmar que a tolerância genética às doenças da cultura caminha junto da tolerância às pragas como pilares decisivos dentro dos fatores que definem a escolha do híbrido de milho safrinha.
Na região tropical alta do Cerrado, a bipolaris se torna a doença-foco dos produtores, em especial nas últimas três safrinhas. “É uma doença que, se não for bem controlada, pode causar perdas muito grandes de produtividade”, diz Victor Silva, representante comercial de milho da DONMARIO no sudoeste goiano.
A doença é causada pelo fungo Bipolaris maydis, que se beneficia de condições úmidas e de altas temperaturas. Seu manejo é feito, sobretudo, com o uso de híbridos de milho mais tolerantes à doença, junto ao manejo químico e ao ajuste do material à época de semeadura adequada.
Já em regiões de menor altitude, como a tropical baixa do Cerrado, a diplodia se torna o centro das atenções no manejo de doenças do milho. A doença, que é causada pelos fungos Stenocarpella maydis e S. macrospora, pode ocorrer na folha, no colmo e nas espigas de milho, ocasionando perdas de rendimento e, principalmente, redução da qualidade dos grãos – também conhecida como grão ardido.
O uso de híbridos de milho com alta tolerância genética à doença, aliado ao correto posicionamento da época de plantio e à aplicação de fungicidas específicos, são as principais medidas de controle para a diplodia.
“É recomendado o uso de materiais que apresentam bom empalhamento. Quando a espiga é gerada, ela precisa ficar 100% coberta pela palha do milho, para evitar a entrada de umidade, aspecto que favorece o fungo”, menciona Silva.
Outras doenças do milho safrinha no Cerrado, como o CMV, citado anteriormente, a mancha de Exserohilum turcicum, conhecida como HT , o complexo de mancha branca, a cercosporiose e a ferrugem polissora também podem ter ocorrências relevantes, a depender das condições da safrinha e da região.
Ciclo e época de plantio do milho safrinha
Outros aspectos que são cuidadosamente levados em consideração na hora de escolher o híbrido de milho safrinha a ser plantado são o ciclo do material e sua época de plantio.
Ambos variam conforme a busca por escapar de condições climáticas adversas, expectativa de produtividade e até mesmo a infraestrutura da propriedade. Um dos principais motivadores do agricultor do Sul na hora de escolher o ciclo é o escape da geada.
Assim, muitos priorizam ciclos mais rápidos. No Cerrado, o foco é outro. Historicamente, a janela de chuvas se encerra em abril. Por isso, muitos produtores buscam ciclos rápidos para que o milho passe pelo pendoamento antes do corte das chuvas, pois esse período é um dos mais críticos para definir a produtividade na cultura, explica Henrique Matheus.
Justamente por causa do aproveitamento das chuvas durante o estágio que ajuda a definir o rendimento da lavoura, a escolha da época de plantio do milho safrinha é diretamente relacionada com a expectativa de produtividade dentro da propriedade.
“Quando o agricultor planta um milho de ciclo mais longo na janela de fechamento, ele acaba perdendo chuva nas épocas importantes, que são enchimento de grão e pendoamento. Por consequência, acaba perdendo muita produtividade”, resume Silva.
Na hora de escolher o ciclo do híbrido do milho safrinha, a estrutura de armazenamento da propriedade também pode ser levada em consideração. Isso porque produtores que não possuem armazéns próprios podem priorizar janelas de abertura e/ou ciclos mais precoces, visando aproveitar o melhor momento para vender o grão.
“Já produtores que possuem silos ou armazéns acabam não se preocupando tanto com esse momento de venda. Sua atenção se volta mais ao quanto ele vai produzir. É comum que esses agricultores busquem híbridos que respondam a todo o investimento que fizeram, para colher bem e vender no momento em que o cereal estiver com um preço bom”, agrega Silva.
Arquitetura e características de planta
Uma das maiores demandas do produtor de milho safrinha, de acordo com Victor Silva, tem relação com o porte da planta. “Normalmente, há preferência por uma altura mais baixa na safrinha.”
Uma das possíveis consequências de um híbrido mais alto é o tombamento da planta, principalmente em cenários de escassez hídrica. Isso, contudo, também tem relação com a qualidade do colmo.
“Por vezes, os produtores colhem o milho com uma umidade menor. Em condições mais secas, o risco de quebramento é maior. Então, o híbrido precisa de uma boa qualidade de colmo para suportar melhor essas situações”, destaca Henrique Matheus.
Outro aspecto valorizado por parte do agricultor é a inserção de espiga, ou seja, a altura em que a espiga estará na planta. Silva explica que os produtores buscam uma altura razoável para a espiga, bem como uma padronização dessa altura.
Existem híbridos que não têm boa padronização dessa inserção. Assim, algumas espigas estarão a 1,70 m de altura, outras a 1,30 m, e por aí vai. E isso preocupa o produtor, porque, na hora da colheita, na regulagem da plataforma, ele pode perder espigas por causa disso.
Mas a principal preocupação é em relação à altura da espiga. Quando a inserção é muito alta, a espiga começa a ficar na parte mais fina do colmo. Isso gera um efeito pêndulo. Se ventar muito no momento da colheita, pode ser que a espiga pese e a planta quebre, exemplifica.
Plantas daninhas
“O sucesso de uma boa colheita começa antes e durante o plantio, sendo fundamental garantir o estabelecimento adequado da cultura, seja ela qual for.” Quem afirma isso é Wagner Justiniano, gerente de desenvolvimento de produto da GDM Seeds.
E, para que a cultura tenha um bom estabelecimento, é necessário prevenir a matocompetição. “Precisamos garantir que a implantação seja feita no limpo”, cita.
Nas últimas safrinhas de milho, Justiniano aponta que vem crescendo a ocorrência de uma planta daninha comum no verão: o pé-de-galinha.
“O pé-de-galinha, assim como o capim-amargoso, por serem plantas daninhas de difícil controle e apresentarem resistência ao glifosato, têm tido um avanço muito grande. Como resultado, híbridos de milho tolerantes ao glufosinato de amônio vêm sendo utilizados como mais uma ferramenta no manejo e manutenção das lavouras no limpo.”
Entenda como os híbridos da DONMARIO te ajudam no controle de plantas daninhas
Custo-benefício e rentabilidade do milho safrinha da propriedade
A decisão de qual híbrido de milho safrinha plantar passa por todos os critérios citados acima, mas também é influenciada por aspectos financeiros. Conforme Justiniano, o agricultor deve definir quais são as margens aceitáveis para ele operar dentro da sua região, pensando na escolha do material e no nível de investimento.
“Tanto para produtores de alto investimento como para os que buscam mais segurança, planejar seus custos e manejar adequadamente a lavoura é indispensável para alcançar os resultados desejados. No final do dia, o que mais importa para o agricultor é ele ter rentabilidade.”
Para Matheus, o híbrido ideal é aquele que está melhor adaptado à região e à realidade do agricultor. “Com isso, o produtor tende a explorar o máximo potencial produtivo que a genética tem a oferecer”, pontua Henrique Matheus.
Opções para todas as demandas
Desde 2021, a DONMARIO tem apresentado novas tecnologias em milho safrinha aos agricultores do Cerrado. E, mesmo nesse curto espaço de tempo, a marca já conseguiu oferecer um portfólio completo, voltado para todas as situações que o produtor tem dentro da sua realidade.
“Conseguimos atender desde as altitudes baixas até as altas, de abertura ao fechamento de plantio. Temos ciclos precoces e um pouco mais longos. E também oferecemos uma ampla variabilidade de biotecnologias, desde híbrido convencional até milhos com as tecnologias VT PRO 3 e VT PRO 4”, conta Silva.
Hoje, o portfólio da DONMARIO em milho conta com cinco materiais. São eles:
• DM2860 PRO4
• DM2850 PRO4
• DM2890
• DM2830 PRO3
• DM2840 PRO3
Confira em detalhes as soluções em produtividade e segurança no portfólio de milho da DONMARIO.
“Esses híbridos estão indicados para as principais regiões de milho safrinha, tanto na tropical alta como na baixa, focados em entregar produtividade e segurança”, resume Justiniano.
Conheça um pouco mais de cada um deles:
DM2890: Na região tropical alta, de acordo com Silva, um dos principais materiais do portfólio é o DM2890, híbrido convencional. “Ele tem algumas características que se adaptaram muito bem à região. Primeiro, é um híbrido muito produtivo. Segundo, que ele tem alta tolerância à bipolaris e à CMV, causada pela cigarrinha. E, terceiro, que ele atende bem a um nicho de mercado, que é o da indústria alimentícia”, relata.
• DM2840 PRO3: Outro híbrido da marca que visa atender a um nicho de mercado é o DM2840 PRO3, voltado para a produção de silagem. Uma das principais características do material é a flexibilidade de plantio, pois se adapta da abertura ao fechamento da janela. Para trazer mais segurança ao produtor, o híbrido oferece um excelente pacote fitossanitário e boa sanidade dos grãos.
• DM2850 PRO4: Para quem busca soluções visando as janelas de meio (normal) e fechamento de plantio, DM2850 PRO4 se apresenta como um material de alta performance. Isso porque o híbrido traz um pacote precoce rápido, a união entre alta produtividade e segurança para essas janelas.
• DM2860 PRO4: Alto nível de rendimento com segurança no campo também é a principal característica de DM2860 PRO4. O híbrido apresenta, inclusive, alta responsividade no manejo nos melhores ambientes de produção.
• DM2830 PRO3: a alta responsividade no manejo também é vista em DM2830 PRO3, que apresenta um bom pacote fitossanitário na lavoura. O híbrido, de elevado teto produtivo, conta com porte controlado, o que possibilita seu adensamento na lavoura.
Temos um portfólio no qual o produtor terá de duas a três opções para abrir o plantio, plantar na melhor época e fechar a janela. E isso com materiais competitivos, que tragam um custo-benefício adequado para o nível de produtividade que apresentam. “Hoje, nosso principal objetivo enquanto DONMARIO é entregar produtividade e segurança para o agricultor”, afirma Justiniano.
Conclusão
Muitos são os fatores que influenciam a decisão do produtor sobre qual híbrido de milho safrinha plantar. A escolha não é simples, mas é de suma importância dentro do planejamento da safra e da estratégia da propriedade.
Todas elas são estratégias que devemos usar para definir o melhor produto para aquela realidade.
“E nós, enquanto DONMARIO, estamos aqui para ajudar o agricultor a tomar a melhor decisão, para que ele possa extrair maior produtividade com um custo adequado e, naturalmente, tenha maior rentabilidade no final do dia”, reforça Justiniano.
Conte com a equipe de milho da DONMARIO e tire as suas dúvidas