Lagartas da Soja: Conheça as Principais
A cultura da soja está sujeita ao ataque de pragas desde a semeadura até a colheita. Dentre as principais pragas que atacam a lavoura à campo, temos as lagartas. Para que a produção não seja comprometida, é fundamental fazer a correta identificação da lagarta da soja para, assim, escolher as técnicas de manejo adequadas.
Neste artigo iremos falar das principais lagartas que atacam as lavouras de soja:
- Lagarta da soja – Anticarsia gemmatalis
- Largarta-falsa-medideira – Chrysodeixis includens
- Lagarta elasmo – Elasmopalpus lignosellus
- Complexo Spodoptera
- Helicoverpa – Helicoverpa armigera
Lagarta da soja – Anticarsia gemmatalis
Estas lagartas, quando não manejadas corretamente, podem provocar 100% de desfolha, ocasionando reduções significativas na produtividade da lavoura de soja, podendo chegar à perda total.
A lagarta da soja quando pequena, geralmente apresenta cor verde e possui quatro pares de pernas abdominais. Nessa fase, ela se locomove medindo palmos e muitas vezes é confundida com a lagarta-falsa-medideira. Já as lagartas maiores do que 1,5 cm podem ser encontradas tanto na coloração verde como em colorações escuras, apresentando três linhas longitudinais brancas no dorso.
Enquanto as lagartas mais jovens raspam as folhas, causando pequenas manchas claras, as lagartas em ínstares mais avançados perfuram e alimentam-se de toda a folha, inclusive das nervuras. Em altas incidências também podem atacar as vagens.
Ocorre em praticamente todas as lavouras que não possuem a tecnologia Intacta RR2 PRO. Nos últimos anos tem-se notado uma redução da incidência e severidade dessa praga em regiões onde predomina o cultivo de soja Intacta RR2 PRO.
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O manejo deve ser realizando respeitando o Manejo Integrado de Pragas (MIP).
Largarta-falsa-medideira – Chrysodeixis includens
No Brasil, nos últimos anos, a lagarta falsa-medideira tem se tornado um sério problema fitossanitário na cultura da soja, com vários surtos ocorrendo isolados ou associados à lagarta-da-soja.
São chamadas de falsa-medideira, pois se locomovem “medindo palmo”. Frequentemente tem coloração verde claro com pontuações pretas no dorso e podem ter colorações mais escuras. Atacam as folhas da planta sem consumir as nervuras, provocando um aspecto de folha rendilhada.
Possuem dois pares de pseudópodes (falsas pernas abdominais) nos últimos urômeros do abdômen. Atacam as folhas no terço médio da planta de soja, dificultando o manejo químico.
O controle químico com inseticida deve ser realizado de modo criterioso e com tecnologia de aplicação, pois é difícil atingir o alvo.
Lagarta elasmo – Elasmopalpus lignosellus
A lagarta elasmo ou Broca do colo têm coloração inicial esverdeada, mas tornam-se amarronzadas conforme vão aumentando de tamanho (que pode chegar a 2 cm).
A lagarta ataca a planta logo após a germinação. Para monitoramento é importante estar atento a períodos pós emergência da soja, principalmente em solos mais arenosos e associados a períodos de falta de chuvas.
Atacam a cultura e causam murcha e morte das plântulas, normalmente em reboleiras. No caso de plantas desenvolvidas, elas apresentam clorose nas folhas e tombamento das plantas na fase de enchimento de grão, o que pode ser confundido com danos de doenças ou até mesmo de outras pragas.
Seu principal método de controle é o tratamento de sementes, também a utilização de inseticidas específicos.
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Complexo Spodoptera
São considerados pragas secundárias na cultura da soja. No entanto, nas últimas safras vem se tornando mais frequente o ataque dessa praga, principalmente no Cerrado. São lagartas que atacam várias culturas, entre elas milho e soja. Diante disso, a praga está presente o ano todo nos campos de produção, principalmente em áreas de sucessão milho-soja. Envolve as espécies: S. frugiperda, S. eridania e S. cosmioides.
A S. frugiperda é uma praga mais comum na cultura do milho, conhecida como lagarta-do-cartucho. Porém, pode causar dano a cultura da soja, normalmente o ataque é na fase inicial da cultura, atacando na região do colo da plântula da soja. Possui Y invertido na cabeça, coloração amarronzada e quatro pontuações pretas no final do abdômen.
S. eridania e S. cosmioides. são lagartas de difícil diferenciação a campo. Na sua forma larval podem assumir diferentes colorações. Dessa forma, esse não é o padrão mais indicado para diferenciação. A diferenciação é mais fácil se for realizada entre os adultos (mariposas). O ideal é procurar um técnico especialista e/ou envio a laboratórios de entomologia para identificação correta da praga.
Nas últimas safras, principalmente no cerrado brasileiro o produtor tem que realizar pelo menos uma aplicação de inseticida para o controle dessa praga durante o cultivo da soja.
O controle dessa praga frequentemente é realizado com produtos químicos. Deve ser respeitado as práticas do MIP.
Helicoverpa – Helicoverpa armigera
Catalogada pela primeira vez no Brasil em 2013, essa lagarta é capaz de causar grandes perdas na produtividade da soja.
Compromete o desenvolvimento da cultura causando desfolha no período vegetativo e atacando o legume no período reprodutivo. As lagartas em seus primeiros instares variam a coloração de branco-amarelado a marrom-avermelhado. À medida que cresce, adquire diferentes colorações, podendo variar do amarelo-palha ao verde.
Manejo Integrado de Lagartas da Soja
Para controlar as lagartas na soja, é muito importante que o produtor adote o Manejo Integrado de Pragas (MIP). O MIP é composto de várias medidas de controle que, se aplicadas em conjunto, além de atuar no controle das lagartas, também atua na prevenção de infestações, e auxilia no Manejo de Resistência de Insetos. Dentre os métodos, podemos citar controle cultural, controle genético, controle biológico e controle químico.
No MIP, o primeiro passo é realizar o monitoramento de pragas e partir para o controle após a tomada de decisão. Após realizar o monitoramento, o produtor poderá utilizar vários métodos de controle das lagartas que podem prejudicar sua lavoura.