4 boas práticas para a sua melhor colheita na safra de soja

Para proteger o potencial produtivo construído ao longo da safra de soja, é fundamental a adoção de algumas medidas antes, durante e depois da colheita.

Essas ações visam minimizar os prejuízos na colheita. De acordo com um estudo realizado pela Embrapa Soja, a perda média de grãos durante a colheita da safra 2019/20, no Paraná, foi de 3 quilos de soja por hectare.

Ao multiplicar esse número pela área cultivada com soja no período — 5,5 milhões de hectares —, chega-se a 275 mil sacas de soja. Considerando a cotação da oleaginosa na época, esse valor representa um total de R$ 40,7 milhões desperdiçados nas lavouras.

Confira estes quatro passos para reduzir as chances de perda e potencializar a produção na safra de soja.

Passo 1: planejamento de safra de soja

O planejamento não diz respeito exclusivamente à colheita, mas a todo o ciclo. Ainda assim, é importante considerá-lo, tendo em vista os impactos que pode gerar no resultado da lavoura.

Dentro desse planejamento, o agricultor deve priorizar o uso de sementes com alta qualidade fisiológica, com níveis de vigor, germinação e sanidade dentro do recomendado.

Segundo um estudo produzido pela Embrapa, sementes com alto vigor podem gerar um aumento de até 24,3% na produtividade da lavoura.

Além desses cuidados com a qualidade da semente, o produtor também deve ficar atento às condições do solo no momento da semeadura, especialmente quanto à umidade e à temperatura.

Na hora da semeadura, recomenda-se atenção à profundidade ideal, entre 3 e 5 centímetros, e ao espaçamento entre linhas, de 40 a 60 cm.

Passo 2: cuidados com o maquinário agrícola

Na busca por minimizar as perdas durante a colheita, o produtor também deve prestar atenção aos seus equipamentos. Além de realizar revisões periódicas, é fundamental que, quando necessário, ele troque peças desgastadas, substitua filtros, faça limpezas e mantenha a colheitadeira calibrada.

Alguns ajustes, como na rotação do molinete e na tensão da esteira, estão entre os mais importantes a serem considerados pelo produtor.

Por mais complexa que possa ser a logística da colheita da soja, especialmente em grandes propriedades ou em condições climáticas adversas, a velocidade ideal de colheita, de 4,5 a 6,5 km/h, é outro fator crucial. Velocidades acima desse intervalo, por exemplo, podem gerar prejuízos ao produtor.

Passo 3: monitoramento da lavoura

Antes da colheita, é essencial que o produtor monitore e, se necessário, realize o manejo de plantas daninhas na lavoura, evitando potenciais danos ao maquinário e atrasos.

A principal forma de controle é por meio de outro importante processo pré-colheita da soja: a dessecação.

Essa etapa é realizada especialmente em casos em que é preciso controlar plantas daninhas e/ou antecipar a colheita. Para isso, o produtor pode utilizar produtos químicos específicos, conforme a recomendação de seu assistente técnico de confiança.

No caso da dessecação com o objetivo de antecipar a colheita, a aplicação geralmente é feita no início do estágio reprodutivo R7, quando pelo menos 50% das vagens já atingiram a maturidade.

Outro fator que deve ser monitorado é o teor de umidade dos grãos. Conforme a Embrapa Soja, a colheita deve ser efetuada quando o teor estiver entre 13% e 15%.

Colheitas realizadas com umidade superior a 15% podem causar danos devido ao amassamento dos grãos, enquanto colheitas feitas com umidade inferior a 13% podem resultar na quebra deles.

O cálculo do teor de umidade pode ser realizado tanto com medidores padrão quanto com dispositivos portáteis levados a campo.

Passo 4: secagem e armazenamento

Realizada a colheita da safra de soja, os grãos passam pelos processos de limpeza, armazenagem temporária e aeração até chegarem à secagem.

Nessa etapa, o objetivo é reduzir a umidade dos grãos para garantir um armazenamento mais duradouro. Para isso, eles são submetidos a temperaturas elevadas, entre 80°C e 100°C, reduzindo sua umidade para teores entre 13% e 14%.

Finalizado o processo, os grãos são armazenados em estruturas apropriadas, como silos e graneleiros, onde permanecerão até a comercialização. Para evitar perdas causadas por pragas de armazenamento, a adoção do Manejo Integrado de Pragas (MIP) torna-se essencial.

Leia mais: como realizar um bom processo de pós-colheita de grãos e sementes?

No fim, fatores como os listados acima se tornam cruciais para aumentar o lucro dentro da propriedade rural, algo indispensável, ainda mais em tempos de margens apertadas.

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