Como novas biotecnologias vêm ajudando os produtores de soja

Em um cenário de crescentes desafios com algumas espécies de lagartas e de plantas daninhas na cultura da soja, cultivares com as novas biotecnologias, como a Intacta2 Xtend® e a Conkesta E3®, se destacam na oferta de alto potencial produtivo e ainda mais opções de manejo.

E esse assunto merece grande destaque. Afinal, pela variedade de opções existentes no mercado, a escolha da cultivar, etapa tão importante para o resultado da lavoura, pode ser uma decisão complexa. 

Anualmente, as cultivares lançadas pela DONMARIO trazem um ganho de 1 a 2% em produtividade quando comparadas aos materiais lançados na safra anterior. Assim, é seguro afirmar que, de modo geral, as novas variedades possuem maior potencial produtivo do que cultivares lançadas há alguns anos e já consolidadas no mercado. 

“Tudo que pudermos agregar em novas biotecnologias vai ajudar o produtor a garantir esse ganho genético que temos a cada lançamento. Por vezes não adianta você ter apenas potencial produtivo se você não tiver uma série de fatores que protejam esse potencial”, aponta o gerente de desenvolvimento da GDM Seeds na M4, José Guilherme Carneiro.

Novas biotecnologias: mais proteção às lagartas da soja

Um desses fatores é a proteção ao complexo de lagartas que afetam a cultura da soja, que já era presente na geração anterior de biotecnologias, como a Intacta RR2 PRO®, e foi ampliada nas novas gerações. Ou seja, tanto cultivares da plataforma Intacta2 Xtend®, quanto da Conkesta E3®, apresentam resistência às lagartas que os materiais IPRO já apresentavam, sendo elas a lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis), a broca-das-axilas (Crocidosema aporema), a lagarta-das-maçãs (Chloridea virescens) e uma das espécies da falsa-medideira, a Chrysodeixis includens.

Entretanto, as novas biotecnologias oferecem resistência a espécies que não eram contempladas com a Intacta RR2 PRO®. Cultivares I2X apresentam resistência à lagarta-armigera (Helicoverpa armigera) e à lagarta-preta (Spodoptera cosmioides). Já cultivares CE apresentam resistência à Helicoverpa armigera e à lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus) e proteção moderada contra Spodoptera cosmioides e Spodoptera eridania, comumente conhecida como lagarta-das-vagens ou lagarta-das-folhas.

Para o doutor em entomologia agrícola, Glauber Stürmer, as duas novas biotecnologias vêm buscando focar no manejo das lagartas do gênero Spodoptera. “É um grupo que possuía pouca frequência no passado, mas que vem apresentando maior ocorrência e importância, tendo em vista que costuma atacar tanto áreas foliares da soja, como também estruturas reprodutivas, como flores e legumes”, indica.

Segundo o especialista, o potencial de dano de lagartas como essas pode variar a depender do nível da população e do quanto ela consumiu a lavoura, mas as perdas de produtividade giram em torno de 30 a 40%. Por isso, o monitoramento da lavoura é uma peça-chave no controle de lagartas. “A partir do momento em que você entende qual é a espécie e qual o seu tamanho, você poderá ser assertivo na tomada de decisão do controle. Agora, se o produtor não está atento à sua lavoura, há uma maior tendência de lagartas de grande tamanho, com controle mais dificultado e maior potencial de perdas”, destaca Glauber.

Intacta RR2 PRO® Intacta2 Xtend® Conkesta E3®
IPRO I2X CE
Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis) X X X
Broca-das-axilas (Crocidosema aporema) X X
Lagarta-das-maçãs (Chloridea virescens) X X X
Falsa-medideira (Chrysodeixis includens) X X X
Lagarta-armigera (Helicoverpa armigera) X X
Lagarta-preta (Spodoptera cosmioides) X Proteção moderada
Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus) X
Lagarta-das-vagens (Spodoptera eridania) Proteção moderada

Leia também: Muito além da produtividade: os fatores que auxiliam a decisão de qual cultivar de soja plantar.

Mais opções no manejo de plantas daninhas

Outro fator de decisão do produtor na migração da antiga geração para as novas biotecnologias passa pelo aumento de opções no manejo de plantas daninhas. Junto à resistência ao glifosato, presente no Brasil desde o início dos anos 2000, cultivares da plataforma Intacta2 Xtend® oferecem resistência a herbicidas à base de dicamba. Já cultivares Conkesta E3® trazem resistência ao glifosato, ao 2,4-D sal colina, bem como ao glufosinato de amônio.

“Temos observado nos últimos dois anos uma crescente de algumas espécies de plantas daninhas. Nesse cenário, as novas biotecnologias vêm sendo importantes no manejo. Esses dois produtos fazem com que o agricultor que tenha problemas com caruru, buva, leiteiro, cravorana, picão-preto, corda-de-viola, entre outras espécies, possa utilizar essas ferramentas, que trazem possibilidades muito boas”, ressalta o doutor em fitotecnia, Mauro Rizzardi.

Em algumas regiões do Rio Grande do Sul, já está sendo visto um expressivo movimento de migração de biotecnologias para ampliar o controle por uma planta daninha em específico, o caruru. “Observamos casos de lavoura perdendo 30% de produtividade por causa do caruru. A partir do momento em que você tem produtos que possam manejar a planta sem interferir na soja, você pode reduzir drasticamente esse dano”, comenta o gerente de desenvolvimento da GDM Seeds na M1, Marcos Longaretti.

Segundo Mauro, uma planta de caruru por metro quadrado que emerge junto com a cultura pode causar reduções de 10 a 11% na produtividade, em média. No caso da buva, já conhecida dos sojicultores, a perda média de produtividade causada por uma planta por m² gira em torno dos 12%. Quando olhamos para o capim-amargoso, uma planta por m² pode gerar o dobro de perdas, com redução média de 20 a 24% de produtividade na lavoura. “Esses números são extremamente significativos”, atesta.

Porém, para Mauro, é importante ressaltar que, embora a biotecnologia seja um pilar importante dentro do manejo integrado de plantas daninhas (MIPD), ela não é o único. “Intacta2 Xtend® e Conkesta E3® são ferramentas. Elas não solucionarão o problema para todas as plantas daninhas. Portanto, aquelas práticas importantes de realizar uma dessecação bem feita, utilizar um herbicida pré-emergente, dentre outras, são fundamentais na lavoura”, destaca.

Auxílio em propriedades com sistema soja-algodão

Em algumas localidades do Cerrado brasileiro, como em regiões do Mato Grosso, produtores vêm realizando a migração para as novas biotecnologias devido à possibilidade de manejo das plantas voluntárias de algodão na cultura da soja, em propriedades cujo sistema é soja-algodão. 

Nesse cenário, a possibilidade de uso do 2,4-D sal colina em cultivares da plataforma Conkesta E3® vem se mostrando uma ferramenta útil na dessecação do chamado algodão tiguera. “O produtor sempre utilizou o 2,4-D, porém, com essa biotecnologia, hoje ele consegue utilizar com mais segurança nas áreas com maior incidência dessas plantas. Ele sempre aplicava e tinha que esperar um intervalo de tempo para fazer a semeadura. Agora, ele consegue aplicar e entrar com segurança plantando a soja, sem perdas de produtividade”, comenta José Guilherme.

Intacta RR2 PRO®

Intacta2 Xtend®

Conkesta E3®

IPRO

I2X

CE

Glifosato

X

X

X

Dicamba

X

2,4-D sal colina

X

Glufosinato de amônio

X

Novas opções crescem a cada ano

No portfólio da DONMARIO na M3, M4 e M5, atualmente o produtor pode contar com nove opções de cultivares na plataforma Intacta2 Xtend® ou Conkesta E3®. DM76IX78RSF I2X se apresenta como uma das principais alternativas de cultivares precoces no Mato Grosso. 

Para José Guilherme, esse é um material que será de fácil continuidade ao produtor que já plantava DM75I74RSF IPRO. “Com essa opção, o agricultor mantém um ciclo similar, mantém a resistência ao nematoide de cisto, mas ganha em potencial produtivo e nas opções de manejo que a nova biotecnologia oferece”, acrescenta.

Produtores da M3 e M4 também podem contar com DM78IX80RSF I2X, material que se sobressai por sua ótima arquitetura de planta, além de apresentar um alto potencial de rendimento e resistência a cisto. Além disso, na plataforma Conkesta E3®, o agricultor conta com a opção de DM74K75RSF CE, material posicionado para uma amplitude de regiões na M3, M4 e M5, e que oferta um alto potencial produtivo com tolerância a cisto.

Descendo o país rumo às macrorregiões 1 e 2, mais opções surgem ao sojicultor na busca por novas alternativas de manejo com alta produtividade. Segundo Marcos, três cultivares Intacta2 Xtend® se destacam no portfólio da DONMARIO. “Se o produtor visa uma cultivar precoce para regiões frias, DM54IX57 I2X oferece um alto teto produtivo, junto a uma ótima estabilidade de produção dentro do ciclo em anos que exigem maior rusticidade do material”, afirma.

Para produtores que possuem maior demanda com rusticidade em áreas de médio a baixo potencial produtivo, Marcos destaca DM60IX64RSF I2X, cultivar recomendada para áreas de várzea. Visando alternativas para a M2, DM65IX67RSF I2X agrega em alto potencial de produção para regiões mais quentes.

Tendência para os próximos anos

Para José Guilherme, atualmente não há razões para não realizar a migração para Intacta2 Xtend® e Conkesta E3®, de maneira geral. “Hoje, o produtor busca potencial produtivo e estabilidade de produção nos materiais. E atualmente vemos que as novas biotecnologias já estão entregando isso”, cita. E, conforme Marcos, à medida que o produtor está conhecendo os benefícios que as novas biotecnologias trazem, ele vem realizando essa transição. “Vejo o agricultor aberto a fazer essas mudanças, pois hoje temos melhores potenciais produtivos e melhores ferramentas para que ele consiga manejar plantas daninhas e lagartas com mais facilidade e menor custo”, aponta Marcos.

Conheça as novas cultivares de soja da DONMARIO.

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