Como garantir a melhor colheita e armazenamento da soja?
A correta colheita e armazenamento da soja, ou seja, a pós-colheita, desempenham um papel crucial para garantir a melhor produtividade e rentabilidade da produção. Mas, como conquistar as melhores condições para essas duas etapas?
Para que seus negócios alcancem essa eficiência, este artigo traz as principais recomendações técnicas que podem auxiliar seus negócios a garantir esse desempenho e, consequentemente, a máxima lucratividade. Confira!
Importância da boa colheita e armazenamento da soja
A colheita representa uma etapa muito importante no processo produtivo da soja e exige cuidados aprimorados. Ela deve ser iniciada quando a soja atinge a coloração e umidade certas, nem mais, nem menos. Também sofre influência conforme a época de semeadura, velocidade com que é colhida pelos maquinários e da possível presença de plantas daninhas, as quais interferem na umidade dos grãos.
Já o armazenamento tem a função primordial de evitar as perdas pós-colheita, um risco muito potencial quando não é feita sob a correta gestão. Portanto, dependem de boas técnicas de secagem, manejo de pragas, aeração, entre outros fatores.
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Estimativas para 2023/2024
Antes de nos aprofundarmos nas recomendações técnicas, é importante termos em vista as principais estimativas sobre o mercado de soja para o período.
De acordo com o 2º Levantamento da Safra de Grãos, divulgado em novembro de 2023 pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), referente às safras de 2023/2024, a soja deverá atingir uma produção estimada em 162,3 milhões de toneladas, com crescimento de 2,8% na área a ser semeada.
Seguindo esse índice, o Brasil continuaria sendo o maior produtor mundial de soja. Mas, ainda que em um cenário positivo, uma má gestão dessa produção pode ter um impacto bastante negativo no bolso dos agricultores; por isso, depende de tanta atenção.
Fatores que interferem na boa colheita
Segundo recomendações divulgadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), elaboradas pelos autores Fernando Antônio Fonseca Portugal e José Miguel Silveira, técnico e pesquisador da entidade, respectivamente, existem basicamente quatro grandes fatores que afetam a colheita de soja. São eles:
- Época de semeadura: dependendo de quando a soja é semeada, as vagens podem ficar mais próximas do solo, o que interfere na colheita no momento em que os equipamentos automotrizes cortam as plantas de soja, geralmente fazendo isso bem rente à superfície do solo;
- Velocidade: a velocidade desregulada pode trazer grande impacto no sucesso da colheita e precisa ser ajustada no tempo certo;
- Desníveis no terreno: os profissionais apontam que as irregularidades do terreno podem causar prejuízos importantes na colheita devido às oscilações que provocam na plataforma da colhedora. Isso faz com que a altura de corte das plantas seja variável, resultando tanto em vagens cortadas ao meio quanto em vagens não colhidas;
- Plantas daninhas: a temida presença de plantas daninhas no momento da colheita da soja pode fazer com que a umidade fique alta por muito tempo. Isso prejudica o bom funcionamento da colhedora e também exige mais do sistema de trilha, o que causa mais danos mecânicos às sementes.
Principais dicas para a melhor colheita
- Garanta a umidade adequada do solo: o ideal é que o teor de umidade dos grãos de soja, no momento da colheita, seja de 13% a 15%, a fim de minimizar problemas de danos mecânicos e perdas na colheita. Quando as sementes são colhidas com teor de umidade superior a 15%, podem sofrer mais danos mecânicos latentes (não aparentes), enquanto com teor abaixo de 13%, estão suscetíveis ao dano mecânico imediato, ou seja, à quebra.
Esse é um trabalho que também envolve a escolha da época do plantio e a boa regulagem das máquinas; - Invista nas boas práticas de plantio: isso inclui atividades como a remoção de resíduos de culturas anteriores, ajuste da velocidade dos maquinários, boa definição da profundidade do sulco, entre outras condições;
- Velocidade dos maquinários: o ideal de deslocamento de uma colhedora automotriz varia de 5 a 6,5 km/h. Dessa forma, é importante verificar se as perdas de grãos estão abaixo dos níveis toleráveis (1 saco de 60 kg por hectare);
- Manutenção das máquinas semeadoras: elas precisam estar com a manutenção em dia, incluindo as condições de discos de corte e molas de pressão, dosadores de adubo, sistemas de regulagem de profundidade, buchas de linhas sem folgas, entre outros componentes;
- Deposição precisa do adubo: é fundamental que o produtor tenha dosadores de fertilizantes eficientes, sem variações no fluxo, o que contribui para a melhor adubação e desenvolvimento saudável das plantas;
- Coloração: quando as plantas de soja se aproximam da maturação normal, as folhas tornam-se amarelas e caem, as vagens secam, e as sementes perdem umidade rapidamente. Por isso, a Embrapa recomenda que a operação de colheita seja iniciada quanto antes, quando cerca de 95% das vagens apresentam coloração marrom ou cinza;
Armazenamento dos grãos de soja
Os pesquisadores da Embrapa Ademir Assis Henning, José de Barros França Neto e Francisco Carlos Krzyzanowski, de acordo com informações publicadas no site da entidade, apontam as principais dicas para garantir o melhor armazenamento dos grãos de soja.
Segundo eles, as sementes, como “seres vivos, devem receber todos os cuidados necessários para se manterem vivas e apresentarem boa germinação e emergência no campo”.
Isso inclui cuidados como:
- Armazenar as sementes em galpão bem ventilado, sobre estrados de madeira;
- Não encostar os sacos de sementes contra as paredes do galpão;
- Não armazenar sementes juntamente com adubo, calcário ou agroquímicos;
- Manter o ambiente de armazenagem livre de fungos e roedores;
- Dentro do armazém, garantir que a temperatura não ultrapasse 25 °C e a umidade relativa de 70%.
Caso não seja possível proporcionar essas condições, a recomendação é que o agricultor somente retire a semente do armazém do seu fornecedor, o mais próximo possível da época de semeadura.
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