COMO REVERTER A COMPACTAÇÃO DO SOLO

 em Manejo

Inúmeras são as adversidades enfrentadas para alcançar alta performance em uma lavoura de soja. Abaixo, vamos explicar a compactação do solo e como reverter esse processo, que pode prejudicar a rentabilidade da sua safra.

A compactação aumenta a resistência mecânica à penetração, a densidade e reduz a porosidade da área, tendo como resultado uma menor infiltração de água no perfil do solo e consequentemente menor disponibilidade para as plantas. Essa limitação de água influencia diretamente no crescimento radicular e consequentemente na parte aérea da planta. Dessa forma, a cultura não consegue explorar seu máximo potencial produtivo.

O sistema de plantio direto (SPD), que tem como objetivo buscar a sustentabilidade da produção agrícola, aumenta a quantidade de matéria orgânica no solo, reduz erosões, e contribui para uma menor degradação do solo e consequentemente, aumento de produtividade. Porém, o não revolvimento do solo nos trouxe outros desafios, e dentre eles está a compactação superficial causada principalmente pelo tráfego de máquinas agrícolas. Essa utilização inadequada do SPD tornou-se um limitante para produção de alimentos, forçando assim a utilização de escarificadores mecânicos e/ou utilização de plantas em cobertura para descompactação.

Umas das técnicas utilizadas para a diminuir os efeitos da compactação é com o uso de escarificadores ou grades. Porém, esse processo também pode ser realizado através da descompactação biológica, com o emprego de espécies de bom sistema radicular, ou ainda com a rotação de culturas, diversificando diferentes espécies de produção dentro do sistema.

A descompactação biológica é baseada no cultivo de espécies com sistemas radiculares mais agressivos e profundos, como nabo forrageiro, o milheto e a braquiária, este último, até mesmo associado com a produção de grãos, como o milho. Ao contrário da descompactação mecânica, a escarificação biológica não envolve procedimentos de revolvimento do solo. Além disso, o crescimento radicular das plantas pode proporcionar uma maior atividade microbiológica no ambiente produtivo.

Para se realizar a descompactação biológica ou até mesmo evitar que o solo chegue nessa situação, é recomendada a prática do manejo outonal. Esse modelo, além de evitar ou diminuir os níveis de compactação, favorecem o manejo de plantas daninhas que não foram controladas pelos herbicidas durante a cultura de verão. Na figura 1, observa-se o modelo utilizado na sede da DONMARIO, em Cambé – PR, onde foram semeados aveia branca, aveia preta, azevem e duas espécies de nabo forrageiro na safra de 2020.

Figura 2, observa-se o modelo utilizado na sede da DONMARIO, em Cambé – PR

Figura 1 – Modelo utilizado na sede da DONMARIO, em Cambé – PR

A descompactação por escarificação ou subsolagem mecânica é um método de preparo do solo através do rompimento das camadas mais adensadas, com a utilização de um implemente chamado escarificador. Essas condições resultam em um ambiente melhor para o desenvolvimento da planta, mas que sem os devidos cuidados, tem efeitos no solo apenas temporários, já que as camadas acabam se acomodando novamente.

O melhor momento para se realizar esse procedimento, se dá com solos friáveis e/ou muito friáveis, ou seja, quando a massa de solo se rompe entre os dedos após aplicação de pressão fraca. Outro ponto é com relação ao período do ano, devendo ser realizado após o cultivo de verão, e posteriormente semear culturas em cobertura. Todavia, deve-se sempre consultar o técnico ou engenheiro agrônomo responsável para as melhores recomendações e procedimentos a serem tomados.

Já a gradagem, utilizada antigamente, se diferencia da escarificação pois além de romper o solo, revolve a terra e transfere as partes compactadas para as camadas mais profundas. Esses implementos têm contribuído para o surgimento subsuperficiais de camadas compactadas conhecidas como ‘pé de grade’.

Na sede da DONMARIO em Cambé/PR foram realizados experimentos de compactação por duas safras onde ficou evidente a perda de rendimento causada. Esse problema se agrava em safras onde há períodos de estiagem. Na safra 17/18, em solo com uma compactação média de 1,7 Mpa (condição normal), obteve-se uma produtividade média de 78,4 scs/ha, contra 73,1 scs/ha em condição de solo compactado (3,4 Mpa). Na safra seguinte 18/19, onde ocorreram períodos de estiagem entre dez/18 e jan/19, os resultados são ainda mais distantes. No solo em condição normal (1,9 Mpa), a produtividade obtida foi de 76,7 scs/ha, contra 69,2 scs/ha em solo compactado (3,0 Mpa). Conclui-se que o resultado dessa compactação contribui para uma redução de 7 a 10% do potencial produtivo de um solo em condições normais de cultivo.

Atualmente, a forma mais benéfica de evitar a compactação do solo, considerada por muitos pesquisadores, é com a rotação de culturas, que é a diversificação de espécies vegetais dentro do seu sistema de produção na mesma época de cultivo.

 

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